Este texto é a parte 1 de 2 sobre o tema: Urbanismo Sutentável.
A forma urbana na qual estamos inserida é um espaço complexo e dinâmico que além de possuir vínculo com as edificações, impacta no transporte ativo e nas atividades relacionadas ao trabalho e ao lazer.
As intervenções no ambiente urbano com a utilização de práticas sustentáveis, promove a melhoria do estilo de vida de seus habitantes e consequentemente eleva a qualidade da cidade, tornando-a saudável e inteligente.
A forma urbana incluíndo a infraestrutura pública, os empreendimentos e as áreas de convívio social, são agentes influenciadores de costumes da população.
Cidades convencionais são geradoras de uma grande quantidade de poluição e causadoras das mudanças climáticas. Felizmente pode-se reverter esse processo com trabalho intenso e multidisciplinar, no qual profissionais devem estar dispostos a trazer melhorias e executar intervenções no traçado urbano já existente, prover opções de transporte modal e até oportunidades e escolhas de habitação.
O autor FARR, Douglas (2013), descreve os 10 princípios conhecidos como Smart Grouth que define o crescimento urbano inteligente no qual possuem raízes no movimento ambiental dos anos de 1970 e foram reforçados pelo presidente norte-americano Richard Nixon.
Os 10 princípios do crescimento urbano inteligente são:
- Crie uma gama de oportunidades e escolhas de habitação;
- Crie bairros nos quais se possa caminhar;
- Estimule a colaboração da comunidade e dos envolvidos;
- Promova lugares diferentes e interessantes com um forte senso de lugar;
- Faça decisões de urbanização previsíveis, justas e econômicas;
- Misture os usos do solo;
- Preserve espaços abertos,áreas rurais e ambientes em situação crítica;
- Proporcione uma variedade de escolhas de transporte;
- Reforce e direcione a urbanização para comunidades existentes;
- Tire proveito do projeto de construções compactas;
Um bom sistema de transporte público e o encorajamento do deslocamento a pé, são capazes de transformar uma comunidade saindo do sedentarismo e dependência do transporte privado, passando a ser ativa e participativa no meio do qual está inserida. O dimensionamento das quadras e ruas influenciam as atividades cotidianas e determinam o tempo de percurso e as formas de deslocamento.
Para regiões de climas muito quentes, no qual pode ser um fator de bloqueio ao uso dos espaços públicos, sugere-se a adoção de métodos para amenizar a sensação do clima com o uso de sombreamento nos percursos dos pedestres e ciclistas, assim como o aumento de pontos verdes com vegetação nativa, mantendo a flora e fauna da região em intervenção.
A percepção da comunidade que faz uso da cidade, seja das áreas de lazer, seja do próprio caminhar pelas ruas, torna-se mais aguçado. Para os seres humanos, o ar fresco e a luz natural do dia, trás inúmeros benefícios à manutenção da saúde física e psicológica.
O urbanismo sustentável valoriza a relação do homem com a natureza, a mobilidade, assim como edificações e estruturas de alto desempenho. Para isso deve-se existir uma preocupação com a conservação dos recursos naturais, a redução da emissão de gases que contribuem com o efeito estufa, o desenvolvimento de sistemas de transporte de massa e o incentivo a construções ecológicas. O urbanismo compacto, ao contrário do disperso, é uma ótima opção para execução de todos esses itens necessários para que torne uma cidade sustentável e inteligente.
Inspirado em:
FARR, Douglas, 2013 – Urbanismo Sustentável: Desenho urbano com a natureza.
Foto: Sandro Leonel – http://sandroleonelfotografias.com
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